quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Pura da Loucura, aos 14

Pode sempre parecer estranho dizer isto, até porque eu já tive a idade deles, e ainda corro o risco de entrar no cliché "No meu tempo não era assim" - I don't care.
A minha faculdade, em Lisboa, fica perto de uma zona de bares e discotecas. Chegando a sexta-feira, por volta das 22.00h começa o caos, é gente por todo o lado. Até aqui é normal, o anormal começa quando rapazes e raparigas que rondam os 14 anos - é sexta-feira, yeah
Eles normalmente adoptam uma postura de swagg, estilosos, todos iguais, lembram-me o Justin Bieber - quando dizem que o odeiam. O cabelo ou é demasiado grande ou rapado à máquina zero, com argolas enormes ou então alargadores, calças ainda descaídas mas agora num modelo mais justo que ficam bem com os ténis  a dar para o berrante, de boné, óculos de sol - porque são fundamentais à noite.
Elas decidiram trocar as saias pelos cintos, os tops só pelos sutiens. Ultimamente, com este tempo chuvoso e frio, perco a conta aos calções curtinhos com collants de vidro e botas-pantufa (as UGG versão seaside). A maquilhagem é levada ao extremo (não é só o erro da base em excesso, que por vezes acontece, mas o blush, sombras, batôns, brilhos e pestanas falsas) que não lhes dá o ar sexy que procuram - só messy. 
O ponto comum que encontro neles é o álcool, ou o seu excesso. Perdidos de bebâdos. Elas normalmente choram como a Snooki ou dançam com Deena, meninas do Jersey Shore. Eles engatam-nas num estilo Mike, mas a meio do engate encostam-se à parede para regorgitarem o álcool a mais nos pequenos estomâgos, que nem devem estar ainda desenvolvidos. Os cigarros também são ponto comum - ou cravar.
E para não ser apedrejada por tudo isto saliento que o que referi foram tudo coisas a que assisti, onde as pessoas em questão não tinham mais de 14/15 anos. Agora, foi só da pura da loucura aos 14 que me apeteceu falar. 
Obviamente quen todos sabemos que nem tudo é assim, que nem todos têm 14 anos, que nem tudo é alcóol, que nem tudo acaba com a cabeça encostada à parede. E chega de justificações, quem tem o hábito de beber um copo sabe do que falei.

Se eu já fui assim?  Já sai à noite, já bebi, já dancei, mas não nestas condições, disto não há como me apontarem o dedo. Talvez nos cigarros.

10 comentários:

  1. A geração que vem a seguir à nossa é de excessos em tudo, alcool, drogas, roupa (ou falta dela), estilo, pinturas faciais (há algumas que são arte, i think).
    Eu digo que a nossa geração está meio condenada a morrer "cedo" de problemas derivados dos nossos excessos, mas a seguinte?
    Os pais que se metam a pau, ou vão assistir a muitos funerais de filhos, e não há pior coisa para um pai/mãe do que estar no leito de morte de um filho.
    É contra natura!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O lado positivo disto é que nem todos são iguais senão estavamos num caso (ainda mais) complicado ...

      Eliminar
  2. Os tempos são outros, é o que me parece.
    Eu já passei por essa fase há uns anos, se bem que nunca me excedi (acho eu).
    Hoje, olho para esses jovens de forma assustada. Talvez porque a minha filha esteja a caminho dos 12 e não tarda fará parte dessa juventude.
    Por melhor que seja a educação que lhe dou, acredito que passar por isso, faça parte do estágio de ser adolescente mas espero que ela seja a esperança do que está para vir. Jovens que não necessitam de se fazer valer pelo que bebem, pelo que vestem ou fazem.

    Só para terminar...ADOREI este teu post.

    ResponderEliminar
  3. Oh ainda bem Marta. Todos nós já tivemos esta idade e gostávamos de sentir, sentiamo-nos mais crescidos mas acho que hoje em dia os excessos (a todos os níveis são bem maiores), até a nível sexual.
    Não sabia que tinhas uma filha!

    ResponderEliminar
  4. Eu concordo. Não é preciso ir tão longe. À porta das escolas e colégios já se vê muito bem isso, excepto o álcool que parece ser o único ritual (ainda) só nocturno.

    Comigo também, o que se pode ter a apontar são os cigarrinhos (e nem as saídas à noite, que nunca fui muito disso).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Na noite acho que é mais fácil de ver o alcool, tens razão. Hoje em dia basta passar à porta do liceu e estes bonecos (que não têm outro nome) parece que vivem num mundo à parte, onde não as noções estão trocadas. As coisas mudam com o tempo, ainda me lembro de ter uma professora de Inglês, no 10º ano que proibia alunos de estarem nas aulas de chinelos (estilo havaianas) e roupa de praia - hoje em dia há tantos que provavelmente os professores já nem dizem nada ...

      Eliminar
  5. Como concordo contigo. Mas se dissermos isto a um desses pequenos ou pequenas, chamam-nos cotas de 30 anos (atenção à idade avançada) e invejosas! ahahah

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu chego a perguntar-me onde andará o conceito de decência nestas cabeças

      Eliminar
  6. a culpa são dos pais que deixam sair para a night miúdos de 14 anos. o meu não vai sair com essa idade.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sabes que muitos dos pais nem sabem, há sempre um que vai dormir a casa do outro que talvez até tem um pais mais liberal. Ou aquela rapariga que sai de casa impecavelmente vestida, chega ao elevador e troca de roupa para algo completamente chocante. Faz-me bastante confusão.

      Eliminar